sábado, 26 de fevereiro de 2011

Dança

Eu tinha apenas 6 anos quando a dança entrou na minha vida.Naquela época,eu não tinha

muita noção de como era direito as coisas.Apenas ia e me divertia.Minha mãe sempre falava que eu parecia uma largatixinha de tanto que remexia.Então veio minha primeira apresentação.Não sabia o que eu ia fazer,nem como eu iria me sentir ou ao menos se seria legal.A música começou a tocar e eu fui fazendo os passinhos(vendo as fotos hoje,eu entendo porque minha mãe dizia aquilo).E então olhei ao redor.As pessoas sorrindo,a música animada...e por dentro fui me alegrando.Sentindo que meu corpo entrava na mesma sintonia da música.E as franjinhas das roupas?Meu Deus, como era legal ver que conforme eu me mexia, elas balançavam!E a cada vez mais eu fui me envolvendo com a dança. E me apaixonando por aquilo. A cada apresentação eu descobria o quanto a dança pode trazer coisas boas não só para a vida da dançarina,mas também para quem assiste. Fui aprendendo a controlar meu corpo, a senti-lo.Eu entrava para fazer aula muitas vezes estressada,me sentindo pesada.E saía de lá tão bem!

Tão leve!

O tempo passou e eu então descobri que assim como eu me sentia bem com ela, eu também poderia fazer os outros se sentirem bem. Que muitas vezes ao sorrir

para uma pessoa na platéia e transmitir minha energia pra ela, eu poderia estar dando aquilo que ela precisava naquele momento sem ter noção disso. E então eu fui mudando. Eu comecei a ver os benefícios que aquilo trazia pra mim. O que eu fazia há alguns anos atrás por brincadeira, acabou tornando minha vida. E eu fui adquirindo valores, aprendendo e passando tudo aquilo de bom que a dança havia me proporcionado.

Hoje eu não consigo ver minha vida sem a dança. Eu preciso dela pra me sentir bem.

Por causa dela eu aprendi o quanto eu sou importante. O quanto meu corpo é perfeito.

Aprendi que não adianta eu querer passar algo para os outros se eu não estiver bem comigo mesma! Senti o que é amar. E o quanto é importante dar valor naquilo que eu sou. Aprendi que para se chegar ao que deseja você tem que batalhar. E que sozinho você não consegue nada (e a coreografia fica muito mais bonita com muita gente).

Eu espero que eu possa continuar aprendendo cada vez mais com a dança. E que eu possa um dia, tocar o coração das pessoas com ela. E ainda mais: espero que todos possam, um dia, sentir o bem tão grande que ela faz na gente.

Hoje decidi escrever um pouco sobre esse assunto porque aconteceu algo na minha vida e a partir disso, eu pude perceber a importância da dança para mim. Eu sou muito grata àqueles que me permitiu sentir o poder que ela tem e que me mostraram que dançar não significa apenas mover-se, que dançar não é uma prática apenas para garantir sua saúde. Dançar é entrar em contato com a parte mais bonita de você mesmo, é amor e dedicação.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Referente ao post anterior




No meu último post, escrevi uma parte muito interessante que encontrei no livro As Valkírias, do Paulo Coelho né?A parte que eu retirei não foi escrita por ele, é um trecho de um texto do Oscar Wilde.Eu estive pensando muito nesse texto.E cheguei à conclusão de que eu concordo com ele.

A gente realmente destrói aquilo que ama.

Quando estamos sozinhos, ficamos o tempo todo pensando em como seria bom se tivéssemos alguém do nosso lado para conversar,dividir as alegrias,enfim.Ficamos à procura da pessoa que vai fazer nosso coração acelerar,nossa respiração falhar e o estômago ficar com borboletinhas inquietas.Esperamos nossa alma gêmea com toda paciência.Pensamos em como tudo será melhor quando ele aparecer.Como os dias serão perfeitos,como será gostoso o reencontro quando estivermos separados...

Então,de tanto esperarmos e desejarmos aquela pessoa,ela aparece em nossa vida.E tudo fica lindo.Do mesmo jeitinho que a gente pensava que ia ser.

O tempo passa,e então você percebe que aquilo que você conquistou não é mais tão interessante.Porque você já tem o que queria.O interessante é conquistar.Lutar.Sentir o gosto da vitória.E então você percebe que aquilo não pode mais continuar.

E coloca a culpa no outro.Diz que ele não é o certo para você.Mas o que acontece mesmo é que você não quer ter algo que já está ganho.Você quer conquistar cada vez mais.A inconstância faz com que você acabe destruindo aquilo que amava.

E o culpado disso tudo?Você mesmo. Então,quando pensar que está amando alguém,preste muita atenção. Ame essa pessoa de verdade. Passe esse amor para ela. Deixe essa pessoa sentir que é amada. Para que mais tarde, quando você tiver que destruí-la , não saiam os dois ainda mais machucados.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A gente destrói tudo aquilo que ama


Estou lendo o livro As Valkírias,do Paulo Coelho.Ainda estou no começo,mas estou gostando bastante.Achei uma passagem bem legal e vou postá-la aqui:

"A gente sempre destrói aquilo que mais ama
em campo aberto,ou numa emboscada;
alguns com a leveza do carinho
outros com a dureza da palavra;
os covardes destroem com um beijo,
os valentes,destroem com a espada."

(Balada do cárcere de Reading-Oscar Wilde)
Estou sem muito tempo de escrever,então decidi pelo menos colocar algum textinho legal,mesmo que não seja meu *-*

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Incertezas


Talvez nós acreditemos mais do que deveríamos em certas pessoas e assim acabamos nos iludindo. Talvez a gente só precise de um pouco mais de coragem. Talvez a gente deva parar de esperar tanto, porque é exatamente no momento em que você menos espera que tudo acontece. Talvez seja mesmo verdade aquilo que dizem: que no fim, apenas os amigos de verdade (que serão pouquíssimos) estarão ao meu lado. Talvez eu seja apenas mais uma adolescente com a vontade de querer mudar o mundo. Talvez minhas atitudes possam me levar muito além do que eu pensava. Talvez um dia eu canse de errar e aprenda de uma vez que não vale a pena colocar os outros acima de mim. Talvez um dia eu consiga me encontrar e ver que eu sou muito mais do que eu mesma achava que era. Talvez um dia eu possa te encontrar e saber o quanto minha vida não tinha sentido sem você. Talvez eu queira apenas curtir o momento porque sei que ele nunca mais voltará. Talvez eu tenha dito coisas impensadas que fizeram machucar alguém. Talvez a gente encane demais com as coisas, elas às vezes parecem bem mais simples do que pintamos. Talvez não estejamos aqui só de passagem e nos encontraremos novamente em outro lugar. Talvez minha filosofia falhe, mas eu preciso dela para viver. Talvez a convivência seja nosso maior obstáculo. Talvez a felicidade possa estar bem mais perto do que julgávamos estar. E o amor não tenha tanto poder como eu pensava ter... Pelo menos não pra mim.


Minha autoria

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Falta é amor


A gente tem a mania de achar que o que temos é pouco.De pensar que falta muita coisa pra alcançarmos a felicidade. Procuramos encontrar as maneiras mais fáceis(e que mais nos convenham) de satisfazer nossos desejos. Temos uma necessidade tão grande de sentirmos satisfeitos,mas por mais que a gente sempre tente e conquiste muita coisa nunca aquilo é o suficiente.A gente sempre quer mais.Mais dinheiro.Mais prestígio no trabalho.Mais atenção.Mais tempo.Mais realizações.Quantas vezes não olhamos o quanto fulano é bem sucedido em sua vida e falamos "Porque só com ele?".Pensamos onde erramos.Nos martirizamos por não ter conseguido a vida que os outros têm.E na busca pelo que julgamos suficientemente necessário para atingirmos a felicidade, acabamos nos fechando em nosso mundo e esquecendo por diversas vezes o que está à nossa volta.

Dias atrás,prestigiei uma cena que me fez refletir muito.Estava na fila de um banco.Fila única.Dois caixas atendendo.Um rapaz que estava mais a frente,vendo que um dos caixas estava atendendo uma pessoa e que havia outra atrás dela,pensou que eram duas filas.Saiu de seu lugar e parou atrás da mulher que esperava a colega acabar de ser atendida.Quando o caixa foi liberado,ele pensou que era sua vez.Então,uma moça,na outra fila ,gritou de forma muito grosseira para o rapaz que não era a vez dele.Saindo do caixa e voltando para seu antigo lugar,o rapaz respondeu em mesmo tom mal educado e grosseiro:"-Não precisa gritar.Ninguém aqui é surdo não."Vendo essa cena lamentável,fiquei chocada com a falta de respeito e educação dos dois.Foi então que eu percebi o quanto isso é comum para nós.O egoísmo.Quantas vezes não deixamos aquela pessoa mais velha sentar em nossa cadeira porque achamos que vamos cansar nossas pernas?Quantas vezes não vemos discussões em transito porque as pessoas simplesmente não seguem as regras?Ouvimos falar de desentendimentos por motivos fúteis.A gente escuta falar de tantas mortes,tanta crueldade com inocentes e ficamos calados diante desses fatos.Vemos a sociedade cada vez mais hipócrita e mal educada e simplesmente viramos as costas para isso.

Diante desse fato,percebi que não nos falta a maioria das coisas que lutamos para ter na vida.Falta a coisa que mais ouvimos falar e que menos praticamos:o amor.Uma palavra pequena,mas de enorme significado.Falta amor pelos outros.Falta amor por si próprio.Falta amor pelo que temos.Falta,principalmente, sabermos transmiti-lo.Quando tratamos uma pessoa bem,deixamos ela feliz,com certeza ela vai encontrar outra pessoa e passar essa felicidade para ela.Esta por sua vez,encontrará uma terceira e assim sucessivamente.Um sorriso não precisa sair dos lábios para demonstrar o que você está sentindo. Sorrie pelo menos com o olhar.Transmita aquilo que você tem de bom para oferecer aos outros.Pense sempre o quanto aquela pessoa que está ao seu lado pode estar precisando de uma demonstração de afeto.Pense o quanto será bom receber alguém que antes passava por você de manhã com a cara amarrada,com um sorriso e um bom dia pela manhã.Acredite no poder do amor.Ame aquilo que faz.Quando você sente prazer naquilo que faz,você consegue entrar em contato com seu interior e então percebe o quanto é bom se descobrir.Percebe que da mesma forma como você gostou do que sentiu,outra pessoa também gostará.E passa a amar quem está ao seu lado.E recebendo aquele carinho,aquele amor de outros,você vai aos poucos sentindo-se completo.E quando vê algo que outro tem o que você não possui,você não deseja mais aquilo pra si.Deseja que aquela pessoa consiga ainda mais coisas boas em sua vida,porque você ama ela e quer vê-la realizada.Da mesma forma como você deseja isso à ela,ela pede para que você também se realize.E você se realiza.Sua vida muda completamente.Você descobre o quanto é melhor falar desculpa àquele homem em quem você esbarrou, que sair chamando ele de lerdo ou desastrado e perder seu dia por isso.Aos poucos você vai mudando seus antigos hábitos e vai se tornando alguém melhor.E um dia,pode ter certeza:você chegará à sua tão desejada felicidade.Porque você não terá mais que tentar se completar.Aquilo que te faltava foi suprido.O amor o supriu.

Minha autoria

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Pensamentos





Um dia, andando com minha melhor amiga na rua, me peguei a pensar: como isso tudo começou? Revirei a memória tentando lembrar como foi o dia em que decidimos ser melhores amigas, que chegamos e falamos ‘a partir de hoje seremos unidas. ’ Por mais que eu me esforçasse, não conseguia lembrar de nada parecido. Mas o engraçado era que não importava o quanto fosse velha a lembrança, eu e ela sempre estávamos juntas. Qualquer momento que era marcante em minha vida, lá estava ela ao meu lado. E nas tristezas, loucuras, nos sonhos realizados, viagens inesquecíveis, passeios divertidos... Sua presença em minha vida era tão marcante e eu nem havia reparado nisso ainda. Eu já havia me acostumado tanto àquela garota, que era como se ela fizesse parte de mim. Era como se antes de acabar de me fazer, Deus tivesse tirado um pedaço e feito daquilo que me faltara, ela. Era como se a gente tivesse nascido com o encaixe perfeito uma da outra. Como se já estivesse estipulada aquela amizade. E acredito que seja isso mesmo. Melhor amigo a gente não escolhe, ganha. Porque ele é aquilo que falta na gente. A parte mais bonita da gente mesmo. É claro que eu nunca lembraria de quando essa amizade havia começado, porque na verdade ela nunca teve um começo. Sempre foi assim. E eu espero que assim permaneça.


Minha autoria

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Textinho antigo

Achei por acaso um textinho antigo meu.Não é lá grande coisa,mas eu até que gosto dele.Comente se gostar,sua opinião é mtomto importante pra mim *--*'


Devemos amar incondicionalmente e loucamente tudo aquilo que nos faz bem.

E aproveitar ao máximo tudo que vivemos e fazemos.

Tudo nessa vida só acontece uma vez, por isso, se não aproveitarmos, quando tudo chegar ao fim nos arrependeremos daquilo que não fizemos.

É melhor se arrepender daquilo que se fez, do que se arrepender ainda mais daquilo que não foi feito.

Às vezes, quando tentarmos voltar atrás pode ser que seja tarde.

Viver e pensar que esse pode ser o último dia de sua vida não é pessimismo, é a realidade, pois a morte faz parte da vida.

Aproveitar o que a vida lhe dá de melhor também não é egoísmo.

Só passamos por esse mundo uma vez.

Só há tempo de ser feliz uma vez.

Por isso, faça o que tem vontade.

Pegue o telefone, ligue para aquele amigo que você não vê há muito tempo, ponha uma roupa legal e saia para dar uma volta, sinta como é gostosa a sensação da brisa batendo no rosto, pegue aquela bicicleta esquecida no quintal e retome suas aulas,toque um pouco a música que te lembra seu amor,pule,cante,dance. Alegre-se.

Reserve um tempo para você.

E é assim,de pouco em pouco,vez por vez que tem quê ser.

Devemos viver bem para quando tudo acabar, não olharmos para trás e dizermos: poderia ter sido diferente.


Minha autoria.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Só quem tem



Só quem tem uma amiga verdadeira sabe como a vida pode ser bem melhor e mais divertida. Sabe o quanto é bom compartilhar um sorriso, dividir a tristeza. Sabe o quanto é gostoso voltar a ser criança e relembrar a infância brincando de boneca. Quem tem uma amiga verdadeira sabe que a melhor coisa desse mundo é poder receber aquele abraço apertado que só ela sabe te dar. Sabe o quanto é legal sair para conversar sem ter nada mais a fazer, rir a toa, falar besteiras juntas, fazer suspense ao contar um super babado, falar de garotos a noite toda.

Só quem tem uma amiga verdadeira pode ficar mais de duas horas no telefone jogando conversa fora, fazer festa quando sabe que o garoto que ela é afim convidou-a para ir ao cinema, rir até querer fazer xixi nas calças das palhaçadas dela. Pode contar segredos seus que a maioria das pessoas não sabe, compartilhar experiências e falar coisas que não diria com outra pessoa que não tem tanta intimidade. Pode combinar códigos entre vocês para ela te salvar quando aquele cara chato está te cantando ou arrumar esquema com aquele amigo lindo do primo dela.

Só quem tem uma amiga verdadeira tem muitas histórias para contar, tem diversas músicas que marcam momentos com ela, zilhões de fotos juntas, sempre tem algo que te lembra ela. Só quem tem uma amiga verdadeira tem a certeza de que mesmo que algum dia algo ruim aconteça aquela amiga estará ao seu lado, tem vontade de passar o resto da sua vida com a amiga e sonha quando estarão velhinhas contando uma aos netos da outra suas histórias.

Quem tem uma amiga verdadeira sabe o quanto é importante sonharem juntas, pois assim uma sempre incentiva a outra e o sonho parece ficar mais fácil de ser realizado. Sabe o quanto vale um simples gesto e que mesmo que pequena, a palavra amor tem grande significado. Mesmo sabendo que elas não serão amigas para sempre, porque nada dura tempo demais para ser para sempre, enquanto em seu peito bater um coração, será daquela amiga que você vai lembrar ao usar a palavra irmã.

Eu tenho pena de quem não tem ao seu lado uma pessoa assim. Porque com certeza ela nunca saberá o real significado da amizade e nunca poderá dizer ‘obrigada’ àquela amiga por tudo o que ela proporciona a você. Eu tenho uma dessas ao meu lado e hoje posso afirmar que sei muito bem o que é amor e gratidão. Obrigada por tudo best, amo você.

Minha autoria

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Não espere


De novo eu estava sentada naquela praça. Olhava aquele borrão de cores sem nada enxergar. Parecia que

aquilo já virara rotina para mim. Mesmo sem tomar consciência do que via, me habituara tanto com a cena

de sempre que poderia dizê-la com exatidão de detalhes. Mas não estou aqui para isso.

O que contarei agora vivi naquele mesmo dia. Ele começou como o anterior (e todos os outros desses últimos

dois meses). Cheguei à praça no mesmo horário. Sentei no banco de costume. O que eu fazia ali?Esperava.

Sim, eu esperava. Não era um tipo de coisa que eu havia planejado, até porque a gente não planeja o quanto

devemos esperar não é mesmo?Eu apenas esperava. Não alguém exatamente. Eu esperava o acaso. Queria um acontecimento. Isso!Um acontecimento!Buscava uma mudança, algo verdadeiramente novo. Estava cansada da monotonia. Não pense que estando ali naquele lugar e presenciando a mesma cena há dois meses eu estava

sendo monótona. Porque os dias mesmo sendo parecidos, não são iguais de todo. Há sempre um detalhe que

foge da regra. Se não fosse assim, não existiria a noite para separá-los. Pois tudo aquilo que é imutável é

eterno, assim como o céu.

Naquele determinado dia, havia um detalhe diferente: meu chapéu. Raramente eu usava algo sobre a cabeça. Gostava de deixar meus cabelos livres para poder sentir o frescor do ar passando entre eles. Naquele dia em questão, eu quis usar um chapéu. A tarde estava ensolarada e o vento brincava de leve com meus fios soltos. Num sopro mais forte, o vento carregou meu chapéu. Tentei pegá-lo ainda no ar, mas foi em vão. Ele agora era um ponto roxeado no meio da imensidão verde da grama.

Contrariando todos os mesmos atos que eu fiz nos últimos 60 dias, levantei e saí para o meio do gramado.

Quando enfim consegui pegar o chapéu, voltei ao meu banco. Foi aí que tive uma surpresa. Sim, uma surpresa:

algo inesperado.

Um garoto moreno dos olhos claros estava sentado ali. Fiquei sem reação. Já estava tão acostumada a passar

a tarde toda sozinha, que não me surpreenderia se voltasse para casa da mesma forma que sempre voltei. Foi

então que percebi: eu não esperava que isso fosse acontecer. Nesse simples ato de não esperar, eu consegui

o que queria. Fiquei tanto tempo na espera que me esqueci que as coisas não acontecem se a gente fica parado,

sem fazer nada para mudar. Porque a mudança começa com a gente, seja num simples gesto ou num ato sem

planejar. E sem esperar qualquer reação negativa do garoto, puxei conversa. E assim pude descobrir que ele

não me esperava também. Acaso ou não, de uma coisa eu tenho certeza: se eu tivesse continuado esperando

e não tivesse saído do lugar, aquilo que eu queria nunca teria acontecido. E mesmo que tivesse, não seria

mais do que eu havia esperado.


Minha autoria.