terça-feira, 22 de junho de 2010

Desencanto

Eu faço versos como quem chora
De desalento...de desencanto...
Fecha o meu livro,se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto

Meu verso é sangue.Volúpia ardente...
Tristeza esparsa...remorso vão...
Dói-me nas veias amargo e quente
Cai gota a gota do coração

E nesses versos de angústia rouca,
assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca

Eu faço versos como quem morre.

(Manuel Bandeira)