Desencanto
Eu faço versos como quem chora
De desalento...de desencanto...
Fecha o meu livro,se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto
Meu verso é sangue.Volúpia ardente...
Tristeza esparsa...remorso vão...
Dói-me nas veias amargo e quente
Cai gota a gota do coração
E nesses versos de angústia rouca,
assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca
Eu faço versos como quem morre.
(Manuel Bandeira)
terça-feira, 22 de junho de 2010
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